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Manias blogueiras

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Eucalipto - origem no Brasil

Madeira para toda a vida.

Se esta entre os seus sonhos ter uma casa com estrutura de madeira, prepare-se. Antes de dar início à empreitada, é preciso ficar atento aos cuidados que o material deve receber antes de ser implantado. A madeira chamada "de lei", mais resistente ao ataque de fungos e insetos, está em vias de extinção. O uso desenfreado do material resultou no desmatamento de grande parte de nossas florestas e, hoje, é crime derrubar os exemplares que resistiam à tamanha agressão. Só para ter uma idéia, para que o tronco de uma árvore dessas chegue a um metro de diâmetro são necessários de 220 a 500 anos. A alternativa ecologicamente correta é a madeira de reflorestamento tratado. Um dos exemplares mais comuns e ideais para esse tipo de processo é o eucalipto, originário da Austrália. A espécie foi introduzida no Brasil no início do século 19 pelo engenheiro agrônomo e diretor florestal da Cia. Paulista de Estradas de Ferro Dr. Edmundo Navarro de Andrade. Entre os anos de 1890 e 1904, foi comprada uma enorme quantidade de terras com cobertura de madeiras nativas. As espécies eram as fontes de energia para as locomotivas, que estavam em ritmo de crescimento em função do ciclo do café.

Como as florestas foram rapidamente consumidas, Dr. Edmundo Navarro de Andrade foi encarregado de encontrar fonte de energia alternativa. Depois de pesquisar árvores nativas de vários países, o engenheiro encontrou na Austrália o eucalipto, que foi introduzido na região de Rio Claro, interior de São Paulo.

A adaptação foi surpreendente. Em pouco tempo, o eucalipto - que, diferentemente das madeiras chamadas "de lei" leva 40 a 50 anos para chegar um metro de diâmetro de tronco - cresceu e seu desenvolveu no país. No entanto, com a introdução da eletrificação nas ferrovias, por volta de 1930, Dr. Edmundo Navarro de Andrade foi novamente designado a realizar outra missão: dar fim aos 20 milhões de pés de eucalipto que ficariam sem uso. O engenheiro resolveu transformar aquela madeira em material para ferrovia - dormentes, postes de eletrificação e mourões para cercar as fazendas pelas quais ferrovia passava - porém, em pouco tempo, teve problemas com o apodrecimento precoce. A experiência mal sucedida levou o Dr. Edmundo Navarro de Andrade para a Alemanha, onde encontrou o químico Dr. Maurício Hilpert, que veio para o Brasil, em 1935, a fim de estudar a preservação química dessas espécies. Um ano mais tarde, o químico fundou a empresa pioneira na preservação de madeira em autoclave da América Latina.

O eucalipto é uma espécie predominantemente construída de celulose e amido, alimentos principais de fungo e insetos xilófagos. Com o aperfeiçoamento e a seleção de espécies, foi encontrada a madeira ideal para construção civil.

O eucalipto possui densidade (peso) que variam de 480 kg por m³ a 1040 kg por m³. Esta última, densidade do eucalipto citriodora, é ideal para construção civil, porque confere à espécie alta resistência físico-mecânica, excelente estabilidade de fibra e alta capacidade de absorção de produtos químicos.

O eucalipto citriodora em conicidades menos acentuadas é favorável à preservação e resulta em peças mais retilíneas e homogêneas.

Acabamento
Para providenciar um visual mais agradável, a madeira preservada pode ser encerada, mantida na cor natural ou ainda lixada e pigmentada com stain, uma solução impermeabilizante, que imita a cor de outras madeiras. Há ainda a opção de impermeabilizar a madeira, mais essa é a menos indicada. O verniz cria uma película impermeável dentro da madeira. como se selasse a peça e isolasse do meio ambiente. Isso resulta na possibilidade de descascamento, propiciando um aspecto de envelhecimento precoce.

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